Casa Flutuante - 7 Canções



Grata foi minha surpresa ao conhecer a banda Casa Flutuante, tenho tido a oportunidade de por todo o mundo encontrar e produzir bandas novas e dentre todas Casa Flutuante creio eu ser a de material mais original e inteligente musicalmente, também são músicos excelentes, contrastando com o atual cenário imediatista encontrado na maioria dos grupos atuais que se juntam para tentar um "lugar ao sol "e pouco de si realmente dão...Casa Flutuante é uma banda séria e seria um enorme prazer produzi-los pois sei que nossos trabalhos se completariam e seria de importância para a musica popular nacional que no momento carece de inspirados trabalhos como o deles... Sem mais ... Agradeço a oportunidade...
(Sérgio Dias, Mutantes)

Júnior Bocão e Pisca eram, respectivamente, baixista e baterista do Mopho, combo alagoano de rock regressivo, uma música sem firulas eletrônicas, com base em um instrumental coeso e na paixão pelos sixties, mas com um sotaque fortemente brasileiro. Fora do Mopho, Júnior Bocão e Pisca montaram a Casa Flutuante, que abre ainda mais o leque de influências sessentistas da dupla, agora incorporando o rock rural de Sá, Rodrix e Guarabira, e ainda Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, entre outros.
A Terra é Nossa Casa Flutuante impressiona pela excelente produção e execução, que conseguem dar ainda mais brilho a grandes canções como Você e Esse Mundo Louco, que um ouvinte desavisado poderia jurar ser uma canção dos Los Hermanos. No arranjo, baixo, guitarra e bateria recebem a companhia de piano, um delicioso cravo e uma flauta doce. Mais à frente, uma vinheta experimental inspirada em Você e Esse Mundo Louco cita Magritte: "Não procurem nada por trás de meus quadros, por trás de meus quadros existe a parede".
Olha o Tempo tem toques psicodélicos ("Perder tempo já não rola mais", diz a letra) enquanto Mais Um Dia remete aos arranjos de cordas de Paul McCartney nos Beatles. Paulinho Pessoa, do Sonic Junior, toca guitarra em Paredes. Uma outra vinheta beatle decreta: A Família é Inimiga da Arte. No nível das melhores canções do disco surge Nossa Canção, com toques de black music e ótimo refrão: "É só dar a César o que é de César porque ele merece: nossa canção". Produzido e arranjado pela dupla, com apoio de Billy Magno, e masterizado por Luiz Carlos Calanca (Baratos Afins), A Terra é Nossa Casa Flutuante é um álbum inspirado e inspirador.
(Marcelo Costa, 15/03/2005)

O sonho não acabou. E em algum lugar deve haver campos floridos e sem muros, onde se possa fazer piqueniques ao sol sem risco de estupro ou roubo. É essa a atmosfera das músicas do Casa Flutuante (Júnior Bocão e Hélio Pisca). Produzido e arranjado por ambos, e com letras do primeiro, o CD é agradavelmente datado e vem em nome da paz. Os efeitos e teclados de População Zero são algo entre Rick Wakeman e Stockhausen, "olha o tempo" e "você e esse mundo louco" são síntese do clima hippie. Disco maravilhoso, porque maravilhado. A atualidade é que está errada.
(Marco Frenette, Editor da Revista Bravo, abril/2004)

O goleiro da Seleção Brasileira, Dida, é alagoano. Na música, tem o Hermeto Pascoal, o Djavan e o... Wado, novo talento que se apresentou no Tim Festival, mas que na verdade é... catarinense. Não é fácil se sobressair em Alagoas, estado sempre dependente da visibilidade que possa conseguir no eixo Rio-SP. O Casa Flutuante mandou para o JB Online seu disco de estréia, que leva apenas o nome do grupo, e desbanca qualquer um que venha dizer que faltam novos talentos na música brasileira.
A crise da indústria fonográfica continua, a recessão brasileira também, e aumentam as dificuldades para os que buscam espaço. Mas, ainda assim, há vitalidade. Mas o curioso é que surgem aos bobortões, em qualquer festivalzinho do país, bandas loucas para mostrar o som sujo do rock'n roll, a velha atitude sexo e drogas, muitas vezes confundindo-se música com adolescência. O Casa Flutuante, ao contrário, não quer saber de nada disso.
Fez um disco bem trabalhado, cada instrumento é pensado, como é, por exemplo, um CD dos Los Hermanos (atenção: as semelhanças param aí). Não há exagero de notas, nem solos desvairados, mas economia, simplicidade. Guitarras na medida certa, metais, flauta, cravo, teclados bem dosados, até um discreto violino é chamado. Por trás disso tudo, vigora uma atmosfera e sonoridade do rock progressivo setentista, só que sem a hipnose e lentidão.
As letras são desprentesiosas, engraçadas até, mas sem serem engraçadinhas. A precisão talvez seja fruto do fato de que o Casa Flutuante é formado apenas por Júnior Bocão e Hélio Pisca, que convidaram diversos músicos para o CD (e pode ser solicitado através do e-mail casaflutuante@casaflutuante.com.br), mas mantiveram as rédeas nas mãos. Mas será que em cima de um palco eles conseguem manter a riqueza sonora? Que apareçam no Rio, em São Paulo, e que venha o segundo disco, quem sabe lançado por uma gravadora?
(João Bernardo Caldeira, JB Online)

Casa Flutuante, a nova pop-psicodelia tropicalista
Júnior Bocão e Pisca, respectivamente ex-baixista e ex-baterista do Mopho, estão de volta com sua nova banda, batizada de Casa Flutuante, e um ótimo álbum de estréia. Produzido e arranjado pela dupla, mais o parceiro Billy Magno, e masterizado por Luiz Calanca, o álbum traz a pop-psicodelia clássica, marca registrada dos alagoanos.
Com um grande esmero na produção, o álbum contém 10 faixas, destacando algumas grandes composições, especialmente ‘Você e esse mundo louco’, ‘Mais um dia’ e ‘Olha o tempo’. No CD está também a genial ‘Imaginação’, de autoria de Bocão, que deveria integrar o repertório do segundo álbum do Mopho, ainda com a formação original, e que chegou a ser gravada pela banda em versão demo (a música tocou no programa Senhor F – A História Secreta do Rock Brasileiro).
Além da qualidade das composições, ‘A Terra é nossa Casa Flutuante’ traz o instrumental impecável da dupla, sem dúvida, entre os melhores do país em suas áreas. O álbum também revela um arranjador, o já citado Billy Magno, com a genialidade dos mestres passados, como Rogério Duprat, principalmente. A utilização de orquestração, dos mais diversos instrumentos, é feita com elegância e criatividade.
Em resumo, um ótimo álbum que, apesar de atiçar saudades do clássico Mopho, tem identidade e personalidade própria, capaz de projetar a dupla para vôos mais altos.
(Fernando Rosa, Senhor F)

1. Olha o tempo
2. Você e esse mundo louco
3. Imaginação
4. Mais um dia
5. Prelúdio
6. Os amantes de Magritte
7. Ela sorriu pra mim / O doce

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